Nasce no bairro de Puerto Madero e termina no bairro de Chacarita. Ao longo de suas 70 quadras, atravessa os bairros Balvanera (nas zonas do Once e do Abasto, como são conhecidas e onde se encontra o Shopping Abasto), Almagro e Villa Crespo, todos vinculados a história do tango e a cultura. Esta avenida (por mais que no imaginário popular ainda seja conhecida como "Calle Corrientes") - cuja denominação é graças a primeira cidade do interior do país a apoiar a independência da Argentina - é desde abril de 2019 calçadão pelas noites (das 19 às 2h, em horário teatral), da Avenida Callao até a Rua Libertad.
É conhecida como “la calle que nunca duerme” (a rua que nunca dorme) por sua vida noturna. Isso acontece devido ao movimento ao redor do Obelisco, principalmente entre a Rua Esmeralda e a Avenida Callao por possuírem a maior concentração de livrarias, teatros, pizzarias e bares de Buenos Aires, alguns deles considerados notáveis. Também foi testemunha da época de ouro do tango, já que em seus bares, teatros e cabarés se reuniram e tocaram os grandes músicos da primeira metade do século XX, a tal ponto que o mítico cantor Carlos Gardel residiu bem perto dela. Em 1936, terminou de ser alargada e valorizou a zona e sua circulação. A partir do ano 2006 começaram a renovar o mobiliário urbano e alargar, ainda mais, as calçadas.
A Av. Corrientes é a boemia dos anos 1940. Gardel, o tango e a vida noturna. Também é a dos anos 1960 e começo dos 1970, com suas discussões políticas, culturais e literárias nos bares e cafés das esquinas mais emblemáticas. A Corrientes das livrarias que fecham tarde, a dos cinemas de arte e das pizzarias que fecham ainda mais tarde. A do Teatro San Martín e Lugones. A Corrientes do Rojas depois da Av. Callao, nos anos 1990 reinventando a cena de arte contemporânea e das bancas de jornais que vendem as principais revistas culturais. E, claro, a Corrientes dos teatros, das marquises iluminando, com diferentes cores, os rostos dos pedestres a ponto de encher as salas.
As pizzarias da Calle Corrientes
A pizza de Buenos Aires é… a pizza portenha. A importamos dos genoveses e por um tempo respeitamos a sua essência, mas com os anos, aprendemos a moldá-la aos nossos gostos. Colocamos queijo até que transborde e o mesmo critério de abundância se aplica ao resto dos ingredientes: molho de tomate, presunto, pimentões, cebola, verduras e o toque que você preferir. Ficou com vontade? Venha a Calle Corrientes, onde a primeira fatia de pizza é o início de uma noite memorável.
Os teatros na nova Calle Corrientes
Na década de 1936 decidiram expandir a Calle Corrientes e o resto virou história. Dramas e comédias; unipessoais e com elencos que não entram juntos nos palcos; mega espetáculos e peças do circuito under. A emblemática Avenida (mas que em nossos corações segue sendo uma calle, ou rua) oferece, sem exagero nenhum, alternativas artísticas e culturais o tempo todo.
A Noite das Livrarias
Na Avenida Corrientes se organiza anualmente (no mês de dezembro) “La Noche de las Librerías" (A Noite das Livrarias), evento onde todas as livrarias ficam abertas até de madrugada, oferecendo preços promocionais, palestras, mesas redondas e apresentações de livros com a presença de escritores e personalidades do mundo cultural.