O célebre cantor e maior expoente da história do tango a nível internacional foi um ilustre morador da cidade até sua trágica morte em um acidente aéreo em 1935 em Medellín, Colômbia. Se bem, Gardel nasceu fora da Argentina, ainda se discute se foi em 1890 em Toulouse, França, ou em 1887 em Tacuarembó, no Uruguay. Chegou pequeno com sua mãe a Buenos Aires e foi criado na zona do Abasto, bairro Balvanera, onde começou a cantar e iniciou sua carreira artística.
Carlos Gardel é o precursor do gênero que o consagrará, o tango canção, que o converteria em um exitoso intérprete, compositor e até estrela de cinema, tanto na Argentina como na América Latina, na Europa e nos Estados Unidos.
A visita pelos lugares emblemáticos relacionados com a vida de Gardel começa no Cemitério do Chacarita, onde está o mausoléu e a estátua dele, famosa porque os visitantes colocam flores e cigarros acesos. O Hipódromo Argentino do Palermo é outro dos lugares que não se pode deixar de visitar, pois Gardel, fanático das corridas de cavalos, era um de seus mais assíduos concorrentes. O fanatismo dele era tanto que chegou a ser o proprietário do cavalo “Lunático”, que foi montado pelo célebre jockey uruguaio Irineo Leguisamo, a quem Gardel dedicou o tango Leguisamo solo, de Modesto Papavero.
O Palais de Glace, no bairro Recoleta, é a próxima parada deste circuito, pois ali funcionou, a partir de 1915, um concorrido salão de baile no qual tocaram as orquestras de tango mais importantes da época e ao que Gardel frequentava com regularidade. O museu da Casa do Teatro, na Avenida Santa Fe, conta com uma sala dedicada exclusivamente ao grande cantor de tangos com uma quantidade de objetos e documentos pessoais.
O Luna Park, o célebre estádio coberto da cidade, também teve sua parte na história de Gardel. Além de ser o cenário escolhido para as mais importantes lutas de boxe, Carlos Gardel era amigo de Luis Angel Firpo, um dos maiores boxeadores da Argentina. Em suas instalações foi realizado o multitudinário velório dos restos mortais do cantor, em 1936, após ser repatriado de Medellín.
O circuito continua até o Café Tortoni, na Avenida de Mayo, que Gardel frequentava e que segundo o poeta Enrique Cadícamo, tinha sempre uma mesa reservada, longe da vista dos admiradores. Finalmente, chega-se ao Museo Casa Carlos Gardel, no Abasto, onde residiu nos últimos anos de vida em Buenos Aires. O museu possui uma coleção de objetos pessoais do artista e exemplos de sua obra.